Em meio a escândalo no MEC, ministro Milton Ribeiro pede demissão

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O ministro da Educação, Milton Ribeiro, pediu demissão do cargo nesta segunda-feira (28) e enviou uma carta colocando o cargo à disposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL). A pressão sobre o ministro, que goza da confiança do presidente, aumentou nos últimos dias e Bolsonaro teria sido convencido por aliados da bancada evangélica a demitir Ribeiro ainda hoje. Com a saída do ministro, o secretário-executivo, Victor Godoy Veiga, deve assumir o cargo interinamente.

Milton Ribeiro está sendo investigado pela Procuradoria-Geral da República, por quatro crimes: corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa. Ele teve o nome envolvido em um suposto escândalo de corrupção depois que uma gravação sua foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo. De acordo com o jornal, um grupo de pastores, sem vinculação oficial com o órgão, influencia na liberação de verbas para determinadas prefeituras. No áudio obtido pelo jornal, Milton Ribeiro confirma que os pedidos de liberação de recursos são negociados pelo grupo.

Na ocasião, Ribeiro negou o pedido de interferência dos pastores tenha partido de Bolsonaro e disse que todas as solicitações feitas à pasta são encaminhadas para a área técnica.

O jornal O Estado de São Paulo publicou que um dos pastores que negociava a transferência de recursos federais para a prefeitura, teria pedido, como propina, 1kg de ouro em troca do repasse que seria usado para obras da educação na cidade.

Confiança

Mesmo após o surgimento do escândalo, o presidente Jair Bolsonaro deu declarações de que tinham plena confiança no ministro Milton Ribeiro. Na última quinta-feira (24), durante sua live semanal transmitida pelo Youtube, o presidente disse que “bota a cara no fogo” pelo ministro da Educação, Milton Ribeiro.

“Eu boto a minha cara no fogo pelo Milton. Estão fazendo uma covardia com ele”, disse Bolsonaro, ao lado da ministra da Cidadania, Damares Alves.

Ainda de acordo com o presidente, o próprio ministro teria enviado, à Controladoria Geral da União (CGU), em agosto do ano passado, documentos sobre “possíveis irregularidades” no ministério.

“A CGU, por seis meses, investigou o caso e chegou à conclusão de que não tinha participação de nenhum servidor público. No dia 3 de março, agora, encaminhou essas peças para a Polícia Federal. Porquê não tem corrupção no governo? Porque a gente age dessa maneira, a gente está sempre um passo à frente”, disse.


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