Caso Rafaela Drumond: Polícia Civil conclui inquérito sobre morte da escrivã

Atualizada às 17h05

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu, nessa quarta-feira (13), o inquérito relacionado à morte da escrivã Rafaela Drumond. A mulher, de 31 anos, foi encontrada morta na casa dos pais no início de junho em um distrito de Antônio Carlos, no Campo das Vertentes.

O resultado não foi divulgado pela Polícia Civil. A Itatiaia apurou que houve indiciamento pelos crimes de injúria, com pena prevista de um a seis meses e de condescendência criminosa, ou seja, quando o chefe de uma repartição pública deixa de aplicar a punição legal para a infração de um funcionário ou não leve a questão a conhecimento da autoridade competente.

A conclusão ocorre uma semana após o fim da perícia do celular de Rafaela Drumond pelo Instituto de Criminalística. Segundo a Polícia Civil, o inquérito tramitou sob sigilo. Agora será analisado pelo Ministério Público, órgão que deve propor ação penal.

O inquérito policial e procedimento disciplinar, conduzidos pela Corregedoria Geral da Polícia Civil de Minas Gerais, apura supostos casos de assédio moral e sexual, que podem ter induzido a morte da servidora. A Polícia Civil destacou que tramita na Corregedoria-Geral de Polícia Civil sindicância administrativa com o objetivo de apurar possíveis infrações disciplinares por parte de seus servidores.

O Sindicato dos Escrivães da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindep-MG) afirma que a escrivã já havia denunciado assédio moral e sexual no trabalho, além de pressão e sobrecarga.

Indenização aos familiares da escrivã

Em entrevista à Itatiaia em Belo Horizonte, o advogado da família, Hugo Viol Faria, afirmou que vai entrar com uma ação para que o Estado indenize os pais de Rafaela Drumond. O defensor destacou que “nenhum dinheiro do mundo vai trazer a vida dela de volta”, mas acredita que uma possível condenação neste sentido pode evitar que essa situação se repita com outros servidores da Polícia Civil.

Policiais transferidos

delegado Itamar Cláudio Netto e o investigador Celso Trindade de Andrade, superiores de Rafaela na Delegacia de Carandaí, foram transferidos para Conselheiro Lafaiete menos de 15 dias após a morte da escrivã. No dia 12 de julho, nova transferência: Itamar foi para Belo Vale, enquanto Celso foi para Congonhas.

Cerca de seis dias depois, Celso Trindade de Andrade acabou entrando em licença médica cerca de 60 dias depois. O advogado de Celso já chegou a falar que as gravações que circulam nas redes sociais e que mostram xingamentos à Rafaela trazem sim a voz de Celso, mas que o áudio foi “tirado de contexto”.

Caso Rafaela Drumond